O que nos impulsiona a arriscar tudo em busca de emoção?

O que nos impulsiona a perigosas aventuras? - 02/07/2025 - Está Bem Aqui

O Fascínio pelos Esportes de Aventura: Por Que Nos Arriscamos?

Recentemente, a tragédia da brasileira Juliana Marins no vulcão da Indonésia reacendeu o debate sobre o que motiva pessoas a se arriscarem em esportes de aventura. Essa pergunta é comum entre aqueles que assistem a essas atividades do conforto do sofá: o que leva alguém a arriscar sua vida em busca de emoções extremas?

O Resumo de um Grande Aventureiro

Edmund Hillary, famoso por escalar o Everest em 1953, ofereceu uma resposta icônica a essa indagação: “Porque ele está lá.” Apesar de sua simplicidade, esta afirmação não captura toda a complexidade que envolve a busca por aventuras extremas.

Riscos e Psicologia

A montanhista e psicóloga Karina Espírito Santo explica que a psicologia evolucionista sugere que os comportamentos de risco foram vantajosos para a sobrevivência de nossos ancestrais. “Esses comportamentos de risco que temos hoje, como a busca por liderança no ambiente corporativo, são versões modernas de antigas necessidades de sobrevivência”, diz Karina.

Buscadores de Sensações

Durante a década de 1960, o psicólogo norte-americano Marvin Zuckerman estudou o perfil das pessoas que buscam experiências intensas. Ele concluiu que esses indivíduos possuem níveis mais baixos de uma enzima chamada monoamina oxidase (MAO) tipo B, que regula neurotransmissores como dopamina e serotonina. Essa genética, porém, não explica completamente a busca por emoção.

Além da Adrenalina

O psicanalista e escalador Lucas Clima, com mais de 20 anos de experiência, argumenta que a busca por aventura não é meramente uma corrida atrás da adrenalina. “Quando estamos envolvidos em atividades de alto risco, nossa mente está focada em cada movimento, o que diminui a sensação de realização.”

A Relação com o Medo

Clima acrescenta que o medo é uma emoção primordial. “Precisamos nos alfabetizar emocionalmente para aprendermos a lidar com ele. Quanto mais entendemos o medo, mais seguros nos sentimos.” Essa conscientização é fundamental para lidar com os riscos que nos cercam.

A Reação nas Redes Sociais

Após tragédias como a de Juliana Marins, surgem ondas de críticas nas redes sociais. Karina Espírito Santo observa que isso revela uma necessidade profunda do ser humano de racionalizar o imprevisível e proteger seu senso de segurança. “Criticar a vítima é uma forma inconsciente de afastar o medo da própria vulnerabilidade”, explica.

Conclusão

O desejo por esportes de aventura extendesse além de uma simples busca por adrenalina; é uma manifestação da complexidade da condição humana. Compreender essas motivações pode não apenas contextualizar tragédias, mas também ajudar a criar um ambiente mais empático e seguro.

Fonte: https://redir.folha.com.br/redir/online/turismo/rss091/*https://www1.folha.uol.com.br/blogs/e-logo-ali/2025/07/o-que-nos-leva-a-arriscar-a-vida-atras-da-aventura.shtml

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