O Fascínio pelos Esportes de Aventura: Por Que Nos Arriscamos?
Recentemente, a tragédia da brasileira Juliana Marins no vulcão da Indonésia reacendeu o debate sobre o que motiva pessoas a se arriscarem em esportes de aventura. Essa pergunta é comum entre aqueles que assistem a essas atividades do conforto do sofá: o que leva alguém a arriscar sua vida em busca de emoções extremas?
O Resumo de um Grande Aventureiro
Edmund Hillary, famoso por escalar o Everest em 1953, ofereceu uma resposta icônica a essa indagação: “Porque ele está lá.” Apesar de sua simplicidade, esta afirmação não captura toda a complexidade que envolve a busca por aventuras extremas.
Riscos e Psicologia
A montanhista e psicóloga Karina Espírito Santo explica que a psicologia evolucionista sugere que os comportamentos de risco foram vantajosos para a sobrevivência de nossos ancestrais. “Esses comportamentos de risco que temos hoje, como a busca por liderança no ambiente corporativo, são versões modernas de antigas necessidades de sobrevivência”, diz Karina.
Buscadores de Sensações
Durante a década de 1960, o psicólogo norte-americano Marvin Zuckerman estudou o perfil das pessoas que buscam experiências intensas. Ele concluiu que esses indivíduos possuem níveis mais baixos de uma enzima chamada monoamina oxidase (MAO) tipo B, que regula neurotransmissores como dopamina e serotonina. Essa genética, porém, não explica completamente a busca por emoção.
Além da Adrenalina
O psicanalista e escalador Lucas Clima, com mais de 20 anos de experiência, argumenta que a busca por aventura não é meramente uma corrida atrás da adrenalina. “Quando estamos envolvidos em atividades de alto risco, nossa mente está focada em cada movimento, o que diminui a sensação de realização.”
A Relação com o Medo
Clima acrescenta que o medo é uma emoção primordial. “Precisamos nos alfabetizar emocionalmente para aprendermos a lidar com ele. Quanto mais entendemos o medo, mais seguros nos sentimos.” Essa conscientização é fundamental para lidar com os riscos que nos cercam.
A Reação nas Redes Sociais
Após tragédias como a de Juliana Marins, surgem ondas de críticas nas redes sociais. Karina Espírito Santo observa que isso revela uma necessidade profunda do ser humano de racionalizar o imprevisível e proteger seu senso de segurança. “Criticar a vítima é uma forma inconsciente de afastar o medo da própria vulnerabilidade”, explica.
Conclusão
O desejo por esportes de aventura extendesse além de uma simples busca por adrenalina; é uma manifestação da complexidade da condição humana. Compreender essas motivações pode não apenas contextualizar tragédias, mas também ajudar a criar um ambiente mais empático e seguro.
Fonte: https://redir.folha.com.br/redir/online/turismo/rss091/*https://www1.folha.uol.com.br/blogs/e-logo-ali/2025/07/o-que-nos-leva-a-arriscar-a-vida-atras-da-aventura.shtml

Jornalista e redator apaixonado por informação e conhecimento. Atua na produção de conteúdos para o RSS Viral, abordando temas como política, economia, esportes, turismo e educação, sempre com responsabilidade e compromisso com a verdade.