Juliana Marins e as Mulheres Independentes

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A Coragem de Viajar Sozinha: Um Ato de Liberdade Feminina

Quando uma mulher decide viajar sozinha, ela desafia séculos de normas que a incentivam a ficar dentro de casa. O trágico incidente com Juliana Marins, que acabou caindo em uma cratera de vulcão na Indonésia durante uma trilha, ressalta uma verdade dolorosa: a liberdade feminina frequentemente precisa ser justificada. Logo surgem perguntas do tipo: “O que ela estava fazendo lá?” ou “Sozinha? Para quê isso?”. A dor adoecida rapidamente se transforma em uma busca por culpados, cercada por um falso manto de empatia.

O Julgamento da Liberdade

Infelizmente, ainda parece ousadia, quase uma incongruência, quando uma mulher decide se aventurar pelo mundo. Esta reação é enraizada em uma cultura de machismo que há séculos prega que o lugar da mulher é em casa. Liberdade é tratada como uma anomalia, uma forma de arrogância. A mulher aventureira é, muitas vezes, taxada de promíscua ou perdida.

No caso de Juliana, sua decisão de contratar uma agência de viagens especializada e embarcar em uma expedição não importa quando se trata de ser julgada por estar fora do espaço que a sociedade espera que ocupe. Com homens, que frequentemente escalam montanhas e cruzam desertos, as perguntas são raras e a admiração é abundante. Para nós, mulheres, a liberdade carrega uma insuportável carga moral.

O Poder de Viajar Sozinha

Desde a adolescência, vivi a experiência de viajar sozinha, começando com pequenas jornadas que rapidamente se transformaram em mochilões por lugares incríveis. Ouvi frequentemente a mesma pergunta: “Mas você foi sozinha?”. Essa curiosidade reflete um padrão: a mulher que passa tempo sozinha é vista como uma exceção, não a regra.

Viajar, para mim, foi uma das experiências mais enriquecedoras da minha vida. Aprendi a calcular riscos, a dizer “não” e a me adaptar às circunstâncias. A solidão nas viagens me ensinou a confiar em mim mesma e me sentir completa, sem a necessidade constante de companhia. Tive altos e baixos; mas tudo isso me acompanhou para o resto da vida, enriquecendo meus relacionamentos e lado profissional.

A Resistência e o Direito de Existir

Juliana estava simplesmente fazendo algo que tantas mulheres fazem, mas a sociedade frequentemente coloca um peso de exceção sobre nós. É necessário vencer a culpa e resistir à pressão. Quando viajamos, sabemos que, se algo ruim acontecer, seremos as culpadas por termos ousado. Somos alertadas não só a ficar, mas a não buscar isso que é nosso por direito: o espaço no mundo.

A reação das pessoas ao ver mulheres viajando sozinhas é frequentemente de espanto ou desconfiança. Essa impressão errônea nos faz parecer que estamos fugindo de algo ou tentando provar um ponto. No fundo, o que realmente buscamos é o direito de existir no mundo livremente, sem vigilância ou explicações.

Viajar Sozinha: Um Ato Político

Viajar sozinha não é apenas uma forma de turismo; é um ato quase político. É reivindicar um espaço que nos foi negado durante tanto tempo. É a afirmação de que o medo não pode ser o único fator a guiar nossas escolhas. O mundo precisa entender que a liberdade feminina não é um erro a ser corrigido, mas um direito inalienável que deve ser respeitado.

Conclusão

Portanto, ao considerar viajar sozinha, lembre-se de que você está fazendo muito mais do que explorar novos horizontes. Está reivindicando seu lugar no mundo, desafiando normas ancestrais e inspirando outras mulheres a seguir o mesmo caminho. A liberdade não deve ser um privilégio, mas um direito acessível a todas.

Fonte: https://redir.folha.com.br/redir/online/turismo/rss091/*https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marilizpereirajorge/2025/06/juliana-marins-e-as-mulheres-de-espirito-livre.shtml

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