Advogados associados a Bolsonaro depõem para a PF

Advogados associados a Bolsonaro depõem para a PF

Escândalo de Obstrução: Advogado de Bolsonaro e Assessor Comentam Delação de Mauro Cid

Na última terça-feira, 1º de outubro, o advogado Paulo Cunha Bueno, defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e o ex-assessor Fábio Wajngarten prestaram esclarecimentos à Polícia Federal. Ambos afirmaram que não tentaram obter informações sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

A ação foi desencadeada por uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após a família de Cid relatar uma abordagem feita pelos defensores. Durante os depoimentos, tanto Bueno quanto Wajngarten negaram qualquer ação que pudesse obstruir a investigação em curso.

Antes do depoimento, Bueno havia solicitado a dispensa da oitiva ao STF, mas o pedido foi negado. Ele deixou a sede da Polícia Federal sem se pronunciar à imprensa. O inquérito envolve o ex-assessor de Bolsonaro, coronel Marcelo Câmara, e seu advogado, Eduardo Kuntz, sob suspeitas de interações indevidas com o tenente-coronel Cid.

O Encontro que Levou à Investigação

Na semana anterior, a defesa de Cid apresentou um relato de sua mãe, Agnes Barbosa Cid, que menciona um encontro ocorrido durante uma competição hípica em São Paulo. Neste evento, Kuntz e Bueno teriam se aproximado da família de Cid.

“Naquele momento não perguntaram nada sobre a colaboração, até porque também eu não saberia”, informou Agnes, destacando que Bueno e Kuntz ofereceram assistência jurídica ao tenente-coronel, sugerindo uma troca de advogado. No entanto, Bueno rebatou essa afirmação, alegando que representava Bolsonaro nos mesmos autos e que a cooptação de clientes seria antiética.

Defesa de Wajngarten e a Polêmica da Delação

Durante seu depoimento, Wajngarten se disse “surpreendido” pela intimação e repudiou veementemente as acusações de obstrução. “Estou estudando entrar com uma ação de denunciação caluniosa contra quem tentou essa acusação infundada”, afirmou após o depoimento.

Wajngarten revelou que foi contatado por Mauro Cid apenas para ajudar com a inscrição de sua neta em uma competição de hipismo. “Telefonei para o doutor Paulo Bueno e ele seguiu com a inscrição”, explicou o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, que até maio deste ano esteve entre os assessores mais próximos de Bolsonaro.

Para Concluir

As afirmações e os desdobramentos das oitivas à Polícia Federal indicam um cenário tenso à medida que a investigação avança. As réplicas e as defesas apresentadas pelos advogados envolvem questões éticas e legais que amanhã podem ter repercussões mais amplas tanto para os acusados quanto para o ex-presidente.

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/advogado-de-bolsonaro-e-wajngarten-depoimento-pf/

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