Desafios da Univesp: O Impacto das Novas Regras do MEC no Ensino a Distância
O governo de Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, está considerando medidas drásticas para a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Dentre elas, a possibilidade de fechar a metade dos cursos oferecidos, em resposta às novas regulamentações do Ministério da Educação (MEC) para a educação a distância.
Reformas Necessárias na Univesp
A Univesp atualmente oferece nove cursos de graduação a distância, porém, cinco deles não atenderão mais a modalidade EAD nas novas exigências do MEC. Em vez disso, eles precisarão ser adaptados para um modelo semipresencial, que exige que pelo menos 30% da carga horária seja presencial.
O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, ressaltou que a Univesp enfrenta desafios em aumentar o número de polos necessários para cumprir esse novo percentual de atividades presenciais. Cursos impactados incluem Pedagogia, Matemática, Letras, Engenharia de Produção e Engenharia da Computação, que juntos somam mais de 51,4 mil alunos, representando 62% da população estudantil da Univesp.
Possíveis Consequências para os Alunos
A instituição possui atualmente 440 polos em 382 cidades do estado de São Paulo, que são predominantemente em escolas públicas e utilizados majoritariamente para aplicação de provas. Agopyan explicou: “Temos polos espalhados por todo o estado, mas não conseguimos oferecer atividades presenciais em todos eles. Somos uma universidade pública, não podemos fingir que estamos cumprindo a lei”.
Além disso, Agopyan revelou que outras universidades estaduais, como USP, Unicamp e Unesp, se mostraram dispostas a ajudar, oferecendo suas instalações para atividades presenciais. Infelizmente, mesmo com essa colaboração, a situação permanece crítica.
Orçamento e Logística: Uma Sinfonia de Desafios
Com um orçamento de R$ 160 milhões, o secretário reconheceu que ainda não foi realizado um estudo detalhado sobre o investimento necessário para adaptar a Univesp às novas diretrizes. “Ainda estamos estudando. A realidade é que não conseguimos atender o que o MEC exige”, afirmou Agopyan, adicionando que a exigência de qualidade do Ensino Superior pode, paradoxalmente, tornar a educação mais elitista.
Possibilidade de Manutenção dos Cursos EAD
Apesar das dificuldades, Agopyan ainda mantém esperanças de que uma negociação com o MEC permita a continuidade dos cursos a distância, especialmente aqueles com bom desempenho no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). “Todos os nossos cursos têm, no mínimo, nota 4 no Enade”, declarou.
MEC e Diretrizes da Educação
O MEC, por sua vez, declarou que a Univesp não está obrigatoriamente sujeita às novas regras para EAD, pois é uma instituição estadual. Contudo, destacou que todas as universidades devem respeitar as Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
O Que Mudou nas Diretrizes dos Cursos EAD?
Principais Mudanças nos Cursos de EAD
- Formato Presencial: Máximo de 30% da carga horária online (anteriormente 40%)
- Semipresencial: 30% de atividades presenciais e 20% em atividades síncronas
- EAD: 10% da carga horária total deve ser presencial
Cursos que Necessitam de Presença
- Medicina
- Direito
- Odontologia
- Psicologia
- Enfermagem
Cursos Semipresenciais
- Licenciaturas
- Demais cursos da área de saúde
Estrutura Mínima dos Polos EAD
- Recepção e sala de coordenação
- Ambientes para estudos individuais e coletivos
- Laboratórios adequados
- Equipamentos de acesso à Internet de alta velocidade
Em conclusão, a Univesp enfrenta um momento crítico, onde sua capacidade de oferecer educação a distância é debatida. E com a pressão de adequar-se às novas regulamentações do MEC, o futuro dos cursos e, consequentemente, de seus alunos está em jogo.
Fonte: https://redir.folha.com.br/redir/online/educacao/rss091/*https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2025/07/novas-regras-de-ead-podem-levar-a-fechamento-de-metade-dos-cursos-da-univesp-diz-governo-tarcisio.shtml

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