Mais uma vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmaram seu compromisso com a justiça social através das novas diretrizes tributárias propostas por seu governo. As declarações ocorreram pouco após críticas de Hugo Motta, presidente da Câmara, que questionou a polarização social resultante dessas medidas.

O clima no Congresso está tenso, com o governo tentando equilibrar as contas públicas através do aumento da tributação sobre os mais ricos, o que Motta considera impopular entre os parlamentares. Recentemente, ele impôs uma derrota ao governo ao barrar um decreto que pretendia elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“Vamos continuar fazendo justiça social. Podem gritar e reclamar, mas chegou o momento de garantir justiça pelo Brasil”, afirmou Haddad. Ele também criticou as inserções consideradas “jabutis” na legislação atual, que, em sua visão, beneficiam apenas empresários específicos.

Haddad ressaltou a necessidade de acabar com essas brechas. “No Brasil, jabuti é órfão de pai e mãe. A cada vez que removemos um jabuti, a elite grita que estamos aumentando impostos. Na verdade, isso é respeito ao trabalhador que cumpre suas obrigações”, afirmou.

Além disso, o ministro saiu em defesa de Lula após críticas de Jair Bolsonaro, que abordou temas como geopolítica e corrupção. Haddad questionou a legitimidade das críticas de Bolsonaro, ressaltando que o ex-presidente não reajustou a tabela do Imposto de Renda durante seu mandato.

Lula apoiou Haddad em seu discurso e delineou as propostas tributárias que buscam transformar o Brasil em um país mais justo. “Queremos que, até quem ganha R$ 5.000, fique isento de impostos e que as tarifas de energia sejam reduzidas, tornando o gás mais acessível para todos”, destacou.

O presidente enfatizou a importância de permitir que os cidadãos vivam de acordo com suas capacidades profissionais e não apenas de programas assistenciais. Durante o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar, ele também pediu que Haddad e sua equipe discutam a necessidade de reduzir a taxa de juros.

“Se estamos falando de taxa de juros e o aumento da Selic, é essencial esclarecer que, mesmo com uma taxa de 14% ao ano, descontando a inflação, a real taxa fica em torno de 9%”, explicou Lula, sublinhando a importância de uma comunicação clara sobre as finanças.

O evento contou com a presença de parlamentares e ministros, entre eles Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), além de representantes de diversos movimentos relacionados à agricultura familiar, mostrando assim uma ampla mobilização em torno da agenda do governo.