Essa decisão é uma resposta direta ao nível de água nos reservatórios das hidrelétricas, que está abaixo da média histórica para esta época do ano. Com a diminuição da geração de energia hídrica – a opção mais econômica do país – a ativação de usinas termelétricas se torna necessária para garantir o fornecimento de energia em todo o Brasil.

O aumento nos custos de geração é repassado aos consumidores através do sistema de bandeiras tarifárias, um mecanismo que visa informar sobre o custo real da energia elétrica a cada mês.

Panorama Atual dos Reservatórios

Apesar da bandeira vermelha, dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram uma situação relativamente confortável para o segundo semestre. Vejamos os níveis de Energia Armazenada (EAR) em diferentes regiões do país:

• Norte: 99,5% da capacidade
• Nordeste: 69,2%
• Sudeste/Centro-Oeste: 67,1%
• Sul: 64%, com um aumento expressivo de 28,4 pontos percentuais em relação ao início do mês

Marcio Rea, diretor-geral do ONS, ressalta que a situação exige adaptações constantes: “Estamos sempre tendo que adaptar as nossas políticas operativas para manter o atendimento.”

Impactos na Inflação

O custo da energia elétrica já está contribuindo para a alta da inflação. De acordo com o IPCA-15, a prévia da inflação de junho mostra que o aumento de 3,29% no setor energético foi um dos principais fatores de pressão sobre o índice. Sem esse aumento, a inflação teria sido menor.

Economistas estão preocupados com os próximos meses. Uma possível piora nos níveis dos reservatórios pode levar o sistema a acionar a bandeira “vermelha patamar 2”, que é ainda mais cara, pressionando ainda mais a inflação.