O estudo foi liderado pelo pós-doutor Jevuks Matheus de Araujo, professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Os pesquisadores analisaram 60 instituições que participaram do programa dos Colégios Estaduais da Polícia Militar de Goiás (CEPMG) entre 2013 e 2019, verificando os resultados antes e depois da implementação do modelo.

Utilizando dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e de testes da Prova Brasil, a pesquisa revelou que as escolas cívico-militares apresentaram:

• Redução de aproximadamente 10% nas taxas de reprovação;
• Aumento de 15,25 pontos no desempenho em matemática;
• Crescimento de 11,61 nas notas de português;
• Aumento de 0,6 no Ideb, com Goiás liderando nacionalmente.

Além disso, o estudo observou que a violência escolar diminuiu significativamente, com queda em relatos de ameaças, roubos e a presença de álcool e drogas.

“Evidências robustas de que a militarização das escolas públicas em Goiás teve impacto positivo no desempenho dos alunos e na segurança escolar”, afirmou Jevuks à Gazeta do Povo.

Debate na Educação Pública Brasileira

O professor Jevuks comentou que, embora seu estudo tenha relevância em discussões internacionais, parece não influenciar as decisões sobre a educação pública no Brasil. Ele afirma que decisões ideológicas frequentemente se sobrepõem a fatos e evidências.

Um exemplo é o encerramento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023, apesar dos resultados positivos.

Além disso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enfrenta desafios jurídicos para implantar 100 escolas cívico-militares, em meio a críticas de partidos como o PSOL, que denunciaram o modelo à ONU.

Novas Pesquisas e o Futuro das Escolas Cívico-Militares

O doutor em Educação, Pedro Caldeira, sugere que a discussão sobre educação no Brasil precisa sair da arena ideológica e focar na efetividade das políticas. Ele defende que estudos como o de Jevuks são essenciais para guiar futuras diretrizes educacionais.

Infelizmente, novos estudos sobre o Pecim não estão previstos, dadas as mudanças nas políticas públicas atuais.

“A mancha criminal nas regiões onde são instaladas unidades de CEPMGs diminui drasticamente, inclusivamente com crimes como tráfico de drogas zerando dentro do quadrante do colégio”, declarou o Capitão Rogério Santos Silva.

Como Está o Programa em 2025?

A Secretaria de Educação de Goiás informou que atualmente existem 82 Colégios Estaduais da Polícia Militar (CEPMG) operando com gestão compartilhada. O capitão Rogério Santos Silva destaca que Goiás lidera o Ideb, com uma média de 4.8 no Ensino Médio, e que os colégios cívico-militares superam essa média com 5.3.

“A violência criminal diminuiu drasticamente nas regiões com esses colégios, e há fila de espera para ingresso”, afirma o capitão, ressaltando que os alunos participam voluntariamente.